Sunday, February 25, 2007

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O dia cessou naquele instante com aquela abertura de porta misteriosa, na rua, uma nuvem negra caminhava em todo o horizonte, criando um anel demoníaco e rodopiante que cada vez se fechava mais, o sol, extinto pelo poder das trevas lutava para encontrar o caminho de volta ao chão, que tanto ele adorava aquecer.
Como por magia o um nevoeiro suspeito irrompe da floresta, com o seu passar as arvores tremem, os animais fogem, como se sentissem a morte que por entre eles caminhava. O cimo do monte borbulhava em fumo negro, parecendo que toda a raiva na terra contida iria por ali sair, mas algo estava errado. Pouco depois o chão transbordava em vibrações igualmente espaçadas entre elas, um cheiro a podre emanava no ar, transportando consigo um som baço de tambores, tambores de guerra. O panico instalou-se na aldeia, todos queriam fugir, atropelando-se uns aos outros conseguiam descobrir o caminho de pedra até ao castelo, mas em vão, os batedores do exercito já se encontravam entre nós. Ouvindo o desembainhar de espadas e os gritos do seu trespasse toda a população entrou num panico estérico, fogos irrompiam pela aldeia, crianças choravam, pessoas morriam.
Uma sombra aproximou-se de mim numa montada, fitámo-nos mutuamente iniciando uma corrida de confronto, desembainhei a espada, num acto de raiva involuntária trespassei a sombra que montava aquele fantasmagórico animal.

O exercito das sombras movia-se para norte, a poucos dias de distancia ficava o reino de Armathus, o maior e mais poderoso de toda a Mizothia, certamente que é esse o alvo.
Era impressionante, o poder da magia negra das sombras era tal, que quase se podia cheirar.
Corri para casa, atravessando aquele mar de sangue e de corpos carbonizadas repletos de expressões de agonia e dor, que outrora foi lugar de alegrias e jogos infantis.
Vesti a minha armadura preta, a capa, magnifica, de linho tingido com sangue de cobra das montanhas, as ombreiras repletas de espinhos reluzentes feitos de cornos de minotauro, as joalheiras com chifres de diabretes da floresta, o cinto de couro negro, onde duas espadas que cortavam ferro encontram seu descanso, ás costas pus o meu martelo imponente, ergui o escudo de carapaça de monstro marinho colocando-o em seguida a meus pés, preparei a cela da minha montada, ergui novamente o escudo agora em conjunto com o martelo de espinhos e gritei, gritei em busca da minha montada.
O som do silencio denunciou o seu aproximar e o estremecer de um trovão o seu chegar. Ainda com suas imponentes asas erguidas fitou-me com seu pescoço contorcido e envolvendo-me com suas asas pousando levemente as patas dianteiras, estava magnifico, as escamas reluziam perante o fogo das casernas, convertidas agora em crematórios, uma chama viva ateava dentro de seus olhos, o pescoço comprido e musculado, a cauda transparecendo seu animo rodopiava de um lado para o outro, acenando ao vento com aquele espeto no seu fim, dei um passo, Fozrus soltou um grito de chamas e confortando-me com seu calor , mostrando vassalagem ao seu companheiro, coloquei a cela e montei, em dois movimentos bruscos o elegante dragão ergueu-se e num terceiro, como se o chão o repeli-se elevou-se acima do nevoeiro sombrio transportando-me para Armathus nesta nossa nova demanda.


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Saturday, February 24, 2007

O ultimo suspiro



O desejo assume a minha mente,
A necessidade grita desesperada.
Meu coração é pouco prudente.
Perante tamanha chama ardente,
Sinto uma lamina afiada.

A minha alma ja não aguenta,
Sinto que ela cai.
Onde ela cairá, eu n sei,
Mas sei que ficará e não viverá.
E vivendo tudo que eu passei
Maior o desejo se torna,
Mais alto a necessidade grita.


A necessidade de sentir o que sempre quis,
Torna-se uma enorme abseção.
Tamanha obseção que me assusta
E me leva a fazer o que não fiz.
E agora que ja sinto...
Pressegue-me uma enorma solidão.


Ela tomou conta do meu corpo,
Ela tomou conta da minha alma.
É a enorme e forte solidão
Que me ataca sem perdão.
A força da vontade está adormecida,
E eu preparo-me para o final.
E como nenhuma foi esquecida(o)
Amo-vos com todo o meu coração
E espero que me deem vosso perdão.

Pesso desculpa pelo que fiz.
Meu desejo tomou conta de mim,
A minha alma sente-se infeliz.
O meu espirito sente-se só
E meu lugar está perto do fim.
Brevemente serei apenas pó.